Capítulo Um
Era mais uma manhã cinzenta de domingo. Acendi um cigarro, tomei mais um gole de café, sentei para escrever. Queria falar sobre o tempo, sobre como minha vida é animada aos fins de semanas, quando programo vários filmes para assisti ou até mesmo sobre a queda do dólar, que mesmo eu dizendo que não me afeta em nada, o jornal me prova ao contrário, mas a verdade é que mais uma vez escrevi sobre o Renato, não, dessa vez foi diferente de todas as vezes, não estou chorando, ou dizendo o quanto odeio. Não, hoje eu digo que estou bem, que estou vivendo, superando..
Renato é meu ex-namorado. O cara que eu sempre achei que era o homem da minha vida, que a 6 meses peguei transando com uma garçonete do restaurante que nos conhecemos, ela sempre servia meu café, e lembrar daquela cena.. Bom, a 6 meses atrás, eu chorava muito, fiquei 8 dias na cama, imaginei todas as formas de suicídios possíveis, nunca tive coragem. No nono dia meu melhor amigo, o Allan, veio me ver e me colocou dentro de um consultório com o psicologo dele. E depois de quase 3 horas de sessão, ele pediu para que eu voltasse a escrever, todas as noites, para eu esvaziar toda a dor..
Eu sempre escrevi, mas com toda a correria da vida, meus diários passaram a ser atualizados uma vez por mês. E depois dessa consulta, voltei a escrever. Nos primeiros dias foram estranhos. Eu chorava a cada frase, me isolei totalmente e não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo, que fui traída pelo homem que mais amei em toda a minha vida. Depois de um mês, escrevia sobre toda a raiva que eu sentia por está passando por aquilo tudo, eu não merecia, minha vida tinha se tornado vazia e eu ainda queria me matar. Depois de 3 meses, eu voltei a sair, a ir aos lugares de sempre, a ver aquela garçonete, a ver o Renato. Acabei na cama com ele, me humilhando, implorando por cada momento que poderíamos passar juntos, e hoje percebo o quanto perdi o meu amor próprio, o quanto me rastejei pelo homem que destruiu a minha vida, mas naquele momento esqueci de tudo, e só queria ele de volta, ao meu lado. Depois de 2 meses e continuar sendo humilhada pelo Renato, voltei a depressão inicial, chegando a escrever uma carta de despedida, tomar remédios tarja preta e acabei eu uma cama de hospital para fazer lavagem, se o Allan me encontrasse 2 horas depois do horário que ele me encontrou, entraria em coma e morreria.
Faz 3 semanas que sair do hospital e prometi a mim mesma que viveria. Essa é a fase do estágio de Kübler-Ross da aceitação. Eu fiquei completamente destruída, não acredito mais no amor e estou me equilibrando emocionalmente. Eu estou bem.. Para tudo começar a desandar de novo.
Pags. 7 e 8
4 comentários :
o que eu mais curto nos seus contos são os nomes dos personagens e a temporalidade da sua narração. bjs
E que venham outras páginas,
outros capítulos...
como a gente gosta de desandar né? ¬¬
que odio.
O q seria isso exatamente?
Um conto seu?
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