sábado, 25 de março de 2017

CONHECI UM CARA...

... Legal, bonito, ultra inteligente, que contextualizou para mim como os piratas roubaram o Brasil e fizeram a Inglaterra enriquecer, que faz artigos acadêmicos, que me faz ri, SOLTEIROOOOOOOOOOO!!! De gêmeos, que para nos librianas é maravilhoso, genteeeeee, perfeitoooo demaaais!!!! Mas quando se trata de mim, tinha alguma coisa, né non?! Era tudo perfeito demais, e aí, eu descobrir que ele tem bafo. EU NÃO BEIJEI NÃO! Eu conversei mais de perto, DUAS VEZES PARA RATIFICAR, e ele tem bafo mesmo. Era bom demais para ser verdade ¬¬


Essa é minha vida, esse é meu clube!

terça-feira, 21 de março de 2017

Diário de Terapia: Dores Inúteis



“Oi, é bom estar aqui de novo... O episódio de hoje se chama dores inúteis. Umas três semanas atrás eu assisti um seriado, House of Cards, que o personagem principal começa com um discurso sobre existe dois tipos de dores; as dores de crescimento e as dores inúteis. As dores de crescimento, são dores que aprendemos algo, que agregam de alguma forma nas nossas vidas. As dores inúteis não servem de nada, você vai sofrer, mas não adianta nada, nada vai mudar por causa do seu sofrimento. É como se fosse dois trabalhos, sabe?! Sentir a dor e passar pela situação. Eu estou sentindo dores inúteis...” 



Esse foi o textão que passei a segunda-feira inteira ensaiando para falar com a Tia Terapeuta. Isso mesmo, eu.fiquei.ensaiando.textão.para.falar.com.Tia.Terapeuta. QUE PONTO CHEGAMOS! O objetivo era não assustar ela e não parecer tão maluca, já que era a segunda sessão, mas né, depois comecei a chorar, e bom, fiz a maluca. 
Março começou e a sensação que eu tenho é que ele me jogou pra cima e eu ainda estou caindo. É a jogada do Cara da Roda Gigante e, logo no primeiro dia, ele já comeu 1 peão. Depois, tirou mais um, e após 15 dias, ELE AINDA TIRA PEÕES, sucessivamente, sem se preocupar como eu ficaria emocionalmente, como ficaria meu jogo, ele só quer “limpar o templo” e tá limpando! E aí que entra esse lance de dores inúteis; eu perdi peões, eu ainda estou caindo e a jogada dele ainda está acontecendo. Vai adiantar eu chorar, espernear, implorar pelos peões??? Não. Os peões foram seguir suas vidas e eu ainda continuo aqui, com aquela sensação de abandono, tentando me equilibrar sem muletas, VIVENDO A ADRENALINA DA VIDA. 
E olha, tem mais, tá?! É engraçado como eu invento umas paradas muito locas pra minha vida, né?! Eu não paro, me jogo mesmo nas loucuras da minha cabecinha. Tipo, pra vocês entenderam do que eu estou falando,  então que quando eu tava lá no purgatório, numa atitude desesperada para sair de lá, e vendo que, de verdade, eu não conseguiria mesmo sozinha, eu comecei a fazer vários propósitos - Lê-se eu tiro coisas, que eu gosto muito, como pão, cigarros, masturbação, celular... e abro um jejum, para o Cara da Roda Gigante resolver essas questões que eu não consigo sozinha. LOUCA, NÉ NON?! - afim de, sei lá, os milagres acontecerem, e eu já tenho uns três meses nessa - Nesse momento estou em jejum de celular e eu tenho vontade de morrer -, e coisas locas tem acontecido, porque acima de tudo eu creio mesmo em milagres e... Esse é o momento que vocês me chamam de loca, que acham eu devo parar de usar ervinhas, e que tem certeza que minha psicóloga vai ter muito trabalho comigo, mas talvez só seja meu jeito de tentar consertar essa vidinha aqui, e ao invés de sentar na varanda como fiz em Waking Up, eu só queira me posicionar e tomar uma atitude, afinal, DESISTI JAMAIS, NÉ NON??!

quinta-feira, 16 de março de 2017

Sobre essas coisas de ser romanticamente sozinha

"Tô tirando férias, dando um tempo disso..Chega de amar, chega de me doar, chega de me doer." 
Caio Fernando Abreu

Eu tenho um ano sem ninguém. Romanticamente falando, claro. Eu sei explicar o porquê disso? Maybe. 
Pra começar, eu passei um bocado de tempo amando o Comendador e lamentando por tudo que havia acontecido com nós. Eu vivi a dor, eu sou assim, eu acredito que, para você sair inteiro, tem que VIVER A DOR MESMO! Depois de todo esse processo de cura - Olha só, eu estou curada mesmo, posso sentir muitas coisas pelo comendador, mas ó, né amor mais não, mas assumo, ainda sinto, porque eu sei que ele não é uma pessoa que vive em paz depois de mim -, eu achando que estava pronta, linda e bela, quando sentada na sala da Tia Terapeuta eu passei 45 minutos falando da minha vida amorosa, mesmo dizendo pra ela que estava de boa, que havia superado tudo e que vivia muito bem sem ninguém... Ela jogou uma verdade na minha cara: Olha só, CÊ NÃO TÁ DE BOA NÃO! 
Eu minto pra mim, sabe?! Eu tenho essa mania de criar as capas e de pagar de fodona, mesmo estando na merda total, criar as capas até seria de boa, se eu não acreditasse nelas, então assim: Eu crio as capas, acredito nelas como verdades absolutas e vou vivendo, enquanto por dentro, tá tudo uma merda. Não é nada combinado não, eu não percebo mesmo, pago de fodona e quando alguém joga uma verdade, como a Tia Terapeuta fez, eu fico tipo "Ué, eu não estou de boa não?" Reflito e adivinha: EU PERCEBO QUE EU TAVA ACREDITANDO NA CAPA E QUE TÔ NA MERDA TOTAL. 
Eu descobri que minha vida amorosa me incomoda sim, que eu não estou de boa não, que eu quero alguém bacana and legal... Mas aí entra outro contexto: Eu estou pronta para alguém? E olha só, NÃO TÔ NÃO, VIU?! Eu ainda preciso viver tanto de mim, consertar tanta coisa em mim, cuidar de mim... Fora que, tenho 30 anos, gente, não quero ficar indo para baladinha pegar macho não, não estou mais na vibe de ter contatinhos para fodinhas e muito menos, viver relacionamento superficiais ou abusivos para dizer que tenho alguém do lado, eu já sou MUITA COISA, já pago preços enormes por isso, e não quero nem pagar preços de ninguém, nem mais problemas, quero ficar de boinha, na minha, deixando as coisas acontecerem no seu tempo, sem pressa, sem desespero, dispensando pessoas mesmo - Porque rola, né, gente?! Não sou tão encalhada assim não -, entendendo que eu preciso tá felizinha e bem comigo mesma sozinha, pra depois tá dividindo esse coração - QUE JÁ APANHOU PRA CARALHO - com alguém. 

Ps: Aaaah, gente, bateu o loco aqui, tô refletindo nessas paradas todas e são 06:32 dá manhã, precisava desabafar, afinal, essa bagaça aqui é pra isso, né nom??! Me deixem =**

quarta-feira, 15 de março de 2017

Turning Off: The Orchard - First Act

Na temporada anterior... 
The Purgatory - Ep. 4 


S: Logo aí atrás está o pomar... – Sebastian falou apontando para parede de plantas em nossa frente. 
L: Podemos entrar? 
S: Bom, eu quero que você tente... – Coloquei as mãos nas plantas e sentir um fio de energia em todo o meu corpo. Empurrei as plantas e é como se houvesse uma parede por trás que não nos deixava passar. – É, você também não consegue. – Sebastian comentou frustrado enquanto eu ainda tocava na parede e sentia a energia sendo emanada para meu corpo. 
L: Olha só... – Mostrei minhas mãos para o Sebastian para que ele pudesse ver a luz da energia percorrendo todo o meu corpo. – É mágica! Magia pura essa parede! E é boa! O que tem nesse pomar? 
S: Reza a lenda que é o paraíso dentro do purgatório. Em 3.000 depois do Cara da Roda Gigante, uma fada veio para cá, ela foi amaldiçoada por uma bruxa e fico presa aqui, ela crio o pomar para conservar sua magia e todas as suas lembranças boas, ninguém sabe o que tem ao certo aí dentro, mas parece que conseguimos sair daqui. Desde que entrei aqui, eu tento, mas parece que tem algum feitiço que não deixa ninguém entrar... – Ele falou tocando na parede de plantas. 
L: Alguém já tentou? Sei lá... Alguém já conseguiu entrar ou sair? 
S: Antes, enquanto a fada estava viva, todos conseguiam transitar, mas O Sabotador descobriu que era uma passagem para os dois lados, e quis entrar para buscar as pessoas que, para ele, era de direito. Houve uma batalha, a fada morreu aí dentro e selou o lugar. Depois disso, ninguém nunca entrou ou saiu daí, parece que ela também não, por isso tanta magia. 
L: E porque você que entrar? Não estaríamos burlando o sistema? Estamos em recuperação e vamos fugir? Ninguém deixaria isso... Eles sabem que você sabe desse lugar? 
S: Claro que não! Eu descobrir tudo isso sozinho, ouvir alguns comentários e pesquisei, desde então tento entrar, todos os dias, mas nunca tive sucesso. 
L: Ahhh! É por isso que eu não te via antes, você sumia o dia inteiro... – Falei revirando os olhos. – E você achou que eu conseguiria entrar? Porquê? – Questionei confusa com todas as informações.
S: Não, eu quis dividi isso com você, eu não sou bom com pessoas, e conhecer você... – Sebastian colocou a mão na cabeça. – Você é diferente de todos que conheci. Eu rodei o mundo, parei em vários lugares e nunca conheci alguém como você... – Sebastian chegou mais perto e parou na minha frente. – Acho que são seus olhos, essa coisa de ficar escuro na sombra e claro no sol, nunca vi ninguém com olhos assim, ou seu sorriso, que ilumina todo o lugar, não gosto quando fica séria, você não fica bem quando não está sorrindo, e também tem o seu cabelo, o jeito que você mexe nele... E não é só isso... São os detalhes, a sua energia... – Sebastian me olhou desconcertado. 
L: Peraí... Meus olhos ficam claros no sol? – Falei olhando para o sol. 
S: Tá vendo? Olha como você é boba?! – Sebastian apontou para mim sorrindo. – Você calada é uma Barbie, mas aí abre a boca, fica desbocada, fala bobagens... E quando estamos na sessão de terapia, parece que você entra em Nárnia, fica olhando para o nada, me faz ri... Eu te acho naturalmente engraçada, cômica, sem equilíbrio nenhum das suas emoções, ou você sente tudo, ou não sente nada... – Sebastian chegou mais perto e colocou as mãos no meu rosto. – O que eu quero dizer é: Você é o perfil de pessoa que eu nunca me aproximaria na terra, eu sou reservado, odeio gente escandalosa, não sou de socializar, de dá bom dia pra pessoas na rua e aqui... Parece que esse lugar muda a gente... Eu não quero ficar aqui. E acho que você também não deveria querer... – Sebastian falou olhando nos meus olhos profundamente. – Vamos embora daqui, Lara, nós não temos nada a ver com esse bando de maluco, não podemos nos conformar de estar aqui, esse lugar não é para nós!
L: Calma! É muita coisa para digerir... Eu nunca imaginei que você havia reparado tanto em mim... Mas deixa eu te contar uma coisinha: Eu sou assim mesmo, viu?! Não é que você se deixou levar, é que eu não costumo ficar no raso, eu vou no profundo, eu quero ir sempre além. Sabe essa capa que você usa? – Apontei para sua capa preta que era sua vestimenta de todos os dias. – Eu vou entrar nela... E eu não acredito em coincidências, Sebastian, existe um propósito de estamos aqui juntos e parece que acabo de descobrir o motivo... Vamos entrar no pomar! 


Dias atuais... 

R: O QUÊ??? – Raabe me olhou chocado. – Você é louca?? Eu jamais te ajudaria nisso. – Ele falou ajeitando o capuz. 
L: Eu preciso de você! Você me acompanhou na última vez que estive lá, você sabe como entrar... – Falei tentando convencê-lo. 
R: Isso é por causa dele? Lara o que acontece com você? O Sabotador arma os laços e você sempre cai, não cansa de apanhar? E pior, VOCÊ SABE QUE ELE É UM LAÇO! – Raabe gritou e todos que estavam no restaurante olhou para nós. – Sorry! – Ele falou levantando as mãos. – Estou indo embora, eu não sei o que você pensou me chamando aqui, mas eu não posso compactuar com isso, ao contrário de você, eu estou mesmo do lado do Cara, não posso te ajudar. – Ele levantou e eu o segurei pelo braço. 
L: Raabe, se não formos pela estação, vamos ter que atravessar os vales dos sete pecados. 
R: Boa sorte. – Raabe tirou minha mão do seu braço e foi embora. 


Eu continuei sentada e pedi a conta, não sabia o que fazer com toda essa história. Sebastian e eu tínhamos uma ligação muito única, eu não conseguia entender, mas eu não poderia deixa-lo. Perdida em meus pensamento, o meu telefone tocou, me trazendo de volta apar o restaurante, pelo visor eu vi que era o Howard... 

L: Que saudades de você! 
H: Suaa locaaa! Eu tenho tentado falar com você por dias... – Howard esbravejou. – Precisamos nos ver, você precisa se retratar, mentiu para mim sobre o Comendador e ele ainda está aí dentro. 
L: Do que você está falando? Do Noah? – Questionei confusa. 
H: Ele não é seu Noah, mesmo que você não acredite, ele não é! E o Sebastian também não! Eu já disse que não gosto dele? 
L: Peraí! Do que você está falando? 
H: Eu joguei pra você, sei que você pediu para não fazer, mas né?! Você voltou para terra, eu precisava saber como seria sua nova vida e... 
L: EU NÃO QUERO SABER! Eu pedi para você não jogar! Esse é um momento diferente da minha vida... 
H: Calma! Não vou falar para você. Eu respeito esse momento e não vou te contar nada... Na verdade, eu não fui autorizado a falar... 
L: Como assim? 
H: O Tio da Roda Gigante não autorizou que eu falasse nada para você, mas estou preocupado, o que posso dizer é que muitas coisas vão acontecer, coisas grandes, fortes, pesadas... Existe um porquê do Sebastian na sua vida, você precisa dele... O que quero dizer exatamente é: “Um para esquecer o outro” é tudo que você precisa saber. 
L: Gente! Como assim, eu não entendo, eu estou bem, estou na terra, minha vida está bem, os problemas que eu vivo hoje nem são meus, e eu só sou um apoio e... 
H: Eu acho graça que você mente para você mesma e acredita nisso. Lara, eu disse o que você precisava saber, as cartas são assim, elas não dizem o que queremos saber e sim o que precisamos saber! Eu preciso desligar, espero que fique bem, não esqueça que você é uma sobrevivente. 
L: Ok, amo você. 

“Um para esquecer o outro”, essas palavras ecoaram na minha cabeça até chegar em casa. Entrei sem falar com ninguém e subir para o quarto, ainda assim, Musa veio atrás de mim. 

M: O que o Howard quis dizer? – Musa se jogou na cama. 
L: Não sei, Musa, e de verdade não quero me preocupar com isso, temos problemas maiores, o Raabe não vai nos levar e eu não sei o que fazer. – Deitei do seu lado na cama. 
M: Vamos descobrir um jeito de entrar lá... 
L: Vamos? Será mesmo... Musa, porque você está nessa? Você deveria ser a última pessoa no mundo que queria me ver no purgatório de novo e parece que está encantada com a ideia. Esse não era o momento que você me daria um tapa na cara e me traria para a realidade, eu resolvi desligar, colocar as emoções de lado, seguir sem muletas... 
M: Nossa! Você é tão ruim sendo racional! – Musa falou sorrindo. – Eu estou nessa porque você não quer está, quando nós concordamos mesmo?? Eu não queria te ver lá novamente, mas pelos motivos de outrora. Dessa vez é diferente, você está buscando coisas, entendendo os sinais da vida... 
L: Oi? Eu estou indo para tentar ajudar o Sebastian, não?! – Olhei para Musa surpresa. 
M: Aaafff, você é burra como uma porta! Você não sempre achou que existia um porquê dele está na sua vida? Não consegue enxergar? Olhe além, não com olhos terrestre, mas com olhos espirituais, você não está só ajudando o Sebastian, esse é um processo seu também, você precisa passar por isso tudo, por isso estou contigo... E também porque eu quero saber quem é o Sebastian de verdade.... 
S: Falando de mim? – Sebastian sentou na cama. – O Raabe vai nos ajudar? 
M: Não! Como eu já imaginava... 
L: Para ele, não é certo... 
S: Bom, então vamos ao plano B... 
L: Você não vai desisti, né? 
S: Não, na verdade, eu acho que vai ser até mais divertido... – Sebastian comentou sorrindo.
L: Nossa! Passar por sete vales, cheia de coisas e criaturas que nem sabemos como é, parece ser mesmo divertido... – Falei sarcasticamente.
M: E se a gente se preparar? Antes de ir? Podemos pesquisar, procurar o Roberto mais uma vez para pegar aquele mapa, buscar atalhos... 
S: E se nos fossemos pelo pomar? 


 Continua...

sábado, 11 de março de 2017

Turning Off: Surging (First Act)

The Purgatory - Ep. 3 


Um mês depois e eu parecia que ia enlouquecer. Não aguento mais toda essa filosofia barata de ser um pessoa melhor e tal. O Doutor até que se esforça, mas não consigo falar nada na terapia em grupo. Eu não aguento mais essas pessoas, as mesmas histórias, as mesmas crises... 

L: AAAAAAAAAH! CALA A BOCA! VOCÊ NÃO É PORRÃH DE DEUSA NENHUMA! EU NÃO AGUENTO MAIS ESSAS HISTORIAS. – Levantei, sair da sala, desci as escadas correndo e fui para fora. 

Todos os dias a Kesley falava as mesmas coisas, isso quando não chorava. Esse lugar é pior que o inferno, você não sabe ao certo porque está aqui, não sabe como sai, eu me sinto presa dentro de uma versão de Caverna do Dragão...

S: Tá tudo bem? – Sebastian me questionou. Ele nunca havia falado comigo e foi uma surpresa vê-lo em pé do meu lado. 
L: Eu não aguento mais essa maluca! – Falei acendendo um cigarro.
S: Você deu uma surtada lá dentro, acho que todos são loucos aqui. 
L: Talvez... – Ficamos calados por algum tempo... 
S: Você sabe porque parou aqui? 
L: Não exatamente... 
S: Eu também não, mas é exatamente mesmo, eu não sei mesmo porque estou aqui. 
L: Alguém sabe? – Foi a primeira vez que rimos juntos. 
S: Dizem que você já esteve no inferno... 
L: Duas vezes. 
S: Meninãh! E conheceu O Sabotador? 
L: Muito, de verdade. – Olhei para sua mão e vi sua aliança. - Olha só, você é casado, eu nunca tinha percebido sua aliança.
S: É a única coisa que sei sobre mim, eu tenho uma esposa na Terra, Primeira Esposa, nos temos um relacionamento conturbado... – Ele falou desconcertado.
L: Todos dizem isso, né?! – Falei sorrindo.
S: Eu não sei, eu só tive ela, e nunca falo da minha vida com ninguém, então... – Agora, eu que fiquei desconsertada.
L: Já eu, conheço muito bem essas histórias...
S: Alguém já te disse isso?
L: Sim, mas não quero falar sobre isso, é passado, não importa...

Passamos o fim daquela tarde conversando. Falamos sobre está no purgatório, nossas percepções sobre a vida e até sobre música. Sebastian não é mais aquele cara estranho que não falava com ninguém, depois desse dia, viramos companheiros e nós víamos todos os dias. 

S: Bom dia, bom dia, bom dia!! – Sebastian entrou no meu quarto cantarolando o "bom dia" como de costume e se jogou do meu lado na cama.
L: Saiii daqui, me deixaaaaa... 
S: Vamu tomar café, temos a yoga e quero te levar a um lugar. 
L: Onde? 
S: No pomar... 


Dias atuais... 

L: Você surtou? Eu não vou no purgatório, não, viu?! 
S: Lara, eu nunca vi a Emyli daquele jeito, ela viu muita coisa, mas só conseguiu falar que eu era um anjo caído, logo depois eu sou mandado de volta pra Terra, sério, precisamos ir lá! – Sebastian sentou na cama e Musa também. 
M: Lara, eu vou ajudar vocês, precisamos descobrir como entrar lá. 
L: Musa??? Você estar do lado do Sebastian nessa loucura?? – Falei chocada olhando para os dois.
S: Lara, é minha vida, eu preciso de você, eu quero resolver isso. 
L: Gente, não tem como voltar lá, eu nem sei como parei naquela estação... 
M: Vamos procurar uma bruxa, vamos atrás de um feitiço de localização... 
S: O Roberto saiu, ele saiu antes de mim, vamos atrás dele! 


... 

M: Achei! – Musa pulou da cadeira com o notebook nas mãos. – A casa do Roberto! Eu acho que ele é um professor, é esse mesmo? – Sebastian e eu olhamos a foto e virmos um Roberto muito mais melhorado do que víamos no purgatório. 
L: É ele sim.... Vocês tem certeza disso? – Questionei os dois. 
S: Eu não posso ficar sem saber o que aconteceu, antes eu não sabia de nada, agora eu sei que sou um anjo, eu preciso entender o que aconteceu. 
M: Vamos precisar de alguma coisa da Emyli, senão, será difícil localiza-la. – Sebastian correu pela sala, subiu a escada e desceu de volta com a mochila nas mãos. 
S: No dia que ela disse que eu era um anjo, e logo depois começou a ter as convulsões, a pulseira dela partiu, eu peguei e guardei para devolve-la... – Sebastian mostrou uma pulseira de ouro. 
M: Se sairmos agora, chegaremos cedo lá... 

Fizemos a viagem toda de carro calados até chegar na casa do Roberto. O fato de estar voltando para o purgatório me assustava e não sabia ainda se isso tudo era uma boa ideia. 

M: Espero que ele esteja em casa. – Musa falou parando em frente a porta da casa e tocando a campainha. Roberto abriu a porta e nos olhou com espanto. 
R: Sebastian? Lara? O que vocês fazem aqui? 
S: Precisamos de sua ajuda, podemos entrar? 
R: Claro, por favor... Vocês querem alguma coisa para beber? 
L: Eu quero água, minha garganta está seca. 
M: Eu também! – Musa pediu. Roberto foi até a cozinha e voltou com uma bandeja com copos e uma jarra de água. 
R: Sentem, eu não consigo imaginar o que trazem vocês aqui, nós somos amigos? Porque não lembro de falar com vocês enquanto estávamos lá – Ele falou apontando para direita. – E quem é ela? – Falou apontando para Musa. 
L: Ela sou eu, minha consciência, em forma humana... Nós não éramos amigos, mas estamos precisando de você, precisamos voltar ao purgatório. 
R: O quê? Vocês ficaram loucos? Ninguém em sã consciência voltaria pra lá... – Ele falou apontando para direita. 
L: A Musa quer ir, ela super apoia a ideia. – Falei em tom de piada. 
S: Roberto, eu sou um anjo, cair do céu... 
R: Você o quê? Como assim? Você e servo do Sabotador? 
S: Eu sou um anjo caído, mas não sei mais nada sobre mim e por isso estamos aqui... 
L: Precisamos voltar ao purgatório, achar a Emyli e entender o que aconteceu com o Sebastian. 
R: Mas não estaríamos nós envolvendo em alguma encrenca? Se ele perdeu a memória tem um motivo, e outra, voltar ao purgatório, é arriscado demais. 
M: Olha só, gente, só precisamos que você localize a Emyli e vamos embora sem ninguém nunca precisa saber que estivemos aqui. – Roberto saiu da sala e voltou com um mapa na mão, abriu e colocou em cima da mesa de centro. 
L: Isso é um mapa? Da onde? – O mapa era completamente diferente de todos os mapas que já tinha visto na vida. 
R: É o mapa do outro lado, de todos os reinos, aqui está o purgatório – Ele apontou para uma ilha onde tinha uma montanha. – Aqui é o paraíso terrestre, em baixo temos os vales dos sete pecados capitais – Ele foi apontando do topo da montanha até em baixo. – Aqui é o purgatório, não faço ideia de como vocês chegariam lá. 
L: A gente precisa saber se a Emyli ainda está lá. – Sebastian entregou a pulseira a Roberto. 
R: Vocês três, deem as mãos. – Ele colocou a pulseira no centro do mapa, levantou as mãos e começou a falar em uma língua que não entendia. Dermos as mãos e virmos a pulseira mover-se no mapa, até parar no purgatório. – Ela continua no purgatório. 
S: Precisamos chegar lá... 
L: Pela estação de trem parece ser o caminho mais rápido... 
R: Se não for pela estação, vocês vão ter que passar por todos os Vales... Eu não aconselho. – Roberto falou enquanto fechava o mapa. 
L: Talvez eu tenha alguém que pode nos ajuda a chegar lá e é pela estação de trem!

Continua..

sexta-feira, 10 de março de 2017

Turning Off: New Friends - First Act

Na temporada anterior...
The Purgatory - Ep.2 


R: Você precisa assinar aqui, aqui e aqui. – A recepcionista me passou várias folhas e mostrava onde deveria assinar. 

Eu estou no Purgatório. Nunca imaginei que estaria aqui, mas estou. Como eu parei aqui? Bem, eu não falo mais com O Cara da Roda Gigante e também não tenho falado com a Musa. A verdade é que Waking Up me jogou para o ar, descobri coisas sobre mim que, aparentemente, todos sabiam – Todos leiam-se O Cara da Roda Gigante, a Musa, O Sabotador e a Deusa -, fui à luta, apanhei da vida, desisti de tudo, me afastei de todos, e parece que continuo no caminho errado, afinal, estou no Purgatório. 

R: Ei! Você já assinou? Preciso te mostrar a clínica. – Eu assinei todas as folhas sem ler e entreguei a ela. – Vamos, preciso te mostrar seu quarto e todo resto. 

Era um castelo enorme, de muitos andares e muitas salas, a recepcionista ia me mostrando cada local e para quer eles serviam, mas eu só conseguia ver aquelas pessoas, seus rostos e a tristeza em seus olhares. Eu parei em uma clínica de reabilitação, eles não gostavam que chamassem assim, mas era isso mesmo: Uma clínica para desajustados. 

R: Esse é seu quarto, você pode deixar as coisas e vem comigo que vou te levar na sessão de terapia em grupo. 
L: Ah, mas eu quero descansar, talvez amanhã. – Disse colocando as malas ao lado da cama. 
R: Não, você tem que ir agora mesmo, a gente precisa começar logo os trabalhos, né? Ou você quer ficar aqui para sempre? 
L: Eu só acho que não preciso ir para uma terapia em grupo, posso conversar com alguém, sozinha... 
R: Olha só, Lara, né?! Então, deixa eu te explicar uma coisinha, aqui temos cronogramas diários que precisam ser seguidos, além disso, a socialização ajuda vocês, pessoas com mais amigos, são pessoas mais felizes, entende? Então podemos ir agora ou eu vou ter que chamar os enfermeiros? – Ela apontou para porta com um sorriso amarelo no rosto. 
L: Perai, isso é uma ameaça? – Falei saindo do quarto e seguindo-a. 

Subimos algumas escadas e paramos no 4° andar, seguimos pelo corredor e chegamos em uma sala enorme, tão grande que me lembrava aos estúdios de dança que ensaiava quando criança. 

R: Doutor? Com licença, essa é a Lara, ela acabou de chegar. – Ela me apresentou para um homem grisalho e outras pessoas que estavam sentadas em um círculo. – Vou deixa-la com o senhor, eu preciso voltar pra lá pra baixo. – Ela saiu e todos ainda me olhavam. 
D: Lara, quer se apresentar? – O homem grisalho me questionou. 
L: Oi... meu nome é Lara – Todos continuavam me olhando com tristeza, exceto um cara que estava sentado de costa para mim. – Eu posso ir embora agora? Eu estou mesmo cansada e... 
D: Lara! Lindo nome, sente um pouco com a gente... 

... 


Basicamente, eu acordo, tomo café, participo da yoga - O que não curto muito, mas era isso ou vôlei, que é bem pior -, fumo muitos cigarros, vejo os jogos de vôlei e futebol dos malucos tudo - Eles são loucos mesmo, tá?! -, tiro fotos do tempo, das flores, das pessoas... Ah! E tem a terapia em grupo, que após 8 dias, ainda não falei nada, na verdade, adoro observar as histórias dos malucos tudo - Eles são loucos de verdade, tá?! -, e ver o quanto não tenho nada a ver com esse lugar. 
No meu horário tinha umas 12 pessoas comigo: A Kesley, a que mais fala, ela fala o tempo todo, o doutor tinha que implorar para ela calar a boca (ela fala que é uma reencarnação de uma deusa que tem o poder de manipular o tempo - MALUCA -). A Renné que matou os pais e eu acho um perigo ela está aqui, porque, segundo ela, ela ver os pais nas pessoas e quer matar a pessoa, colocando todos nós em risco, ou ao menos a mim, já que ninguém parece se importar. O Roberto que fica com os fones de ouvido o tempo todo e se diz bruxo. A Luísa que acredita que tem 3 filhos mais ninguém no mundo nunca viu nenhum, ela acorda a noite e fica gritando os nomes dos supostos filhos. O César que é um senhor que só fede a tabaco, mas esse eu sei a história completa: Ele era um animago, viveu anos como gato, porque matou uma pessoa, só que foi transformado de novo em pessoa e acabou aqui. A Anne que descobriu que era uma fada depois de colocar fogo na própria casa. A Lola que entende os animais e se sente superior por isso. O Diego que diz ser o próprio filho de Deus encarnado - Ele não é, tá?! -. O Rubel que tem um caso com alguém da clínica, mas ele nunca diz o nome - Ele é muito gostoso! -. A Emyli que é a mais nova, fala a língua dos anjos, consegue ver todos os reinos e dizem que ela tem visões profundas sobre os mundos, é a que mais me intriga por estar aqui, afinal, a alma dela é mesmo pura. E o Sebastian que eu nada sei, ele não fala com ninguém, ignora tudo e a todos, e é o único que eu só vejo na hora da terapia, na maioria do tempo ele parece um fantasma. 

 Dias atuais...


L: Desculpa! – Falei dando um beijo na testa de Raabe, O Acompanhante. - O Sebastian queria vim, a Musa também, eu tive que mentir, né?! Você pediu para que eu viesse sozinha, que não falasse com ninguém, o que aconteceu? – Sentei na mesa de frente para ele. 
R: O Sebastian foi mesmo atrás de você, né?! – Ele falou irritado. 
L: Eu sou a única amiga dele, para onde ele iria? – Falei segurando suas mãos. – Porque esse capuz, essa roupa, tá se escondendo de quem? 
R: Lara, eu sou um anjo, não era nem pra eu tá aqui. - Ele falou saltando minhas mãos. 
L: O que está acontecendo? Você está diferente, o que faz aqui? 
R: Lara, eu vi você mergulhar, o mar estava revolto, e você se afogava, mas uma luz, O Cara, ele te salvava... Eu vi, sabe?! Nessa primeira visão, eu fiquei tranquilo, afinal, Ele te salvava. – Ele falou apontando para o céu. – Mas eu tive outras, você se afogava, vi você sendo engolida pelo mar, e não tinha mais ninguém para te salvar... O que eu quero dizer é: Ele diz antes, ele está te alertando, o fim está próximo, as batalhas vão vim e você precisa se posicionar, ele não pode te salvar se você não quiser... 
L: Eu estou aqui! Estou do lado dele, eu me posicionei sim! 
R: Você sabe que não é tão simples assim, você sabe que ainda está na terra, você precisa cuidar das coisas dele... O Sabotador está no jogo ainda e ele não vai desisti de você... Olha, eu preciso ir, como disse antes, não era nem para eu está aqui. Se cuida, tá?! 
L: Eu estou me cuidando, eu estou bem, viu?! A Musa cuida muito de mim, a companhia do Sebastian também tem me ajudado, ele é um anjo caído, você sabia?
R: Você sabe?  – Raabe me olhou chocado.
L: Sim, na verdade, eu vim também por isso, o que aconteceu com ele, porque ele foi expulso do céu? 
R: Peraí, você sabe que ele é um anjo caído e ainda está do lado dele? Lara, acorda, quem foi o último anjo caído que se tem notícias?? O SABOTADOR! Ele queria o reino dos céus, sabia? Ele quis destruir O Cara! – Raabe esbravejou.
L: Tá, mas o que o Sebastian fez? Ele também tentou roubar o Reino? Desafiou O Cara?
R: Lara, não importa, ele foi expulso!
L: Você o conhecia? Sabe o que aconteceu, eu preciso ajuda-lo...
R: Não! Você precisa se ajudar!
L: Ele é meu amigo, tá?! Enquanto não soubermos o que aconteceu, não podemos julga-lo, não é?!
R: Você sabe que ele tem uma esposa? 
L: Claro! E esse é um ponto que não entendo, anjos podem casar?
R: Ele não é mais um anjo, ele não é mais nada para nós... 
L: O que aconteceu? Me diz! O que ele fez?
R: Eu não sei, Lara, mas um anjo ser expulso do Reino não é algo bom...
L: Mas se ele parou no purgatório e não no inferno, é porque ele não é tão mal assim, né?
R: Eu não sei, eu sei de coisas que ouvi, ele foi expulso, ponto... Eu preciso mesmo ir, não se meta em encrencas, principalmente as que não são suas... Eu estou sempre de olho em você. – Ele levantou da mesa e me abraçou. – Ele quer você de volta.

Raabe foi embora, mas eu pedi um café. Descobrir que o Sebastian era um anjo caído me deixava intrigada; Porque ele foi expulso do Reino dos Céu? Porque ele parou no purgatório? Porque a esposa dele é como uma estranha para ele? O Sebastian era uma incógnita para mim, e para ele também, afinal, ele perdeu a memória e não sabe nada sobre si mesmo.

Fiquei algum tempo no restaurante pesquisando coisas sobre anjos caídos, motivos para alguém perder a memória e até joguei o nome de Sebastian no Google, mesmo parecendo tudo errado, existe uma energia nele que me faz acreditar que ele não seja esse monstro que o Raabe pintou. Continuei pesquisando até chegar em casa, mas não tive sucesso nas pesquisas.


S: Lara, até que enfim! Eu já sei como podemos descobrir tudo que aconteceu comigo, antes d’eu para aqui, a Emyli me revelou que era um anjo caído, depois disso ela teve uma convulsão e não conseguir mais contato com ela, mas ela ver as coisas, ela sabe o que aconteceu comigo, temos que ir atrás dela! - Sebastian falou pulando do sofá, enquanto a Musa vinha atrás dele.
L: Perai, você está sugerindo que... Não, eu não vou voltar pra lá! - Falei chocada subindo as escadas e os dois vieram atrás mim.
S: Vai sim, vamos voltar ao Purgatório.

 Continua...

terça-feira, 7 de março de 2017

Turning Off: Sebastian - First Act


- Sebastian, o que faz aqui? 

PAUSA PARA HISTORIA DE SEBASTIAN 

Foi no purgatório que eu o conheci. Enquanto vivíamos os nossos infernos particulares, nós apoiávamos um no outro. Na verdade, eu me reconheci; o jeito ogro, sexy, com cara de “não me importo”, me chamou atenção logo no primeiro dia. Lembro exatamente da primeira vez que me fez sorrir, da sua capa preta, do seu olhar perdido e da fita verde presa em seu braço. Enquanto eu pensava em desisti, ele me levou para ver o sol, me fez mergulhar na sua alma, fez eu me senti viva atravessando um pomar, era o confidente, o companheiro de todas as horas e, acima de tudo, o melhor amigo que alguém pode ter. 

FIM DA PAUSA 

S: Eu vim te ver, eu sair, para onde mais eu iria? – Sebastian falou entrando na casa. – Foi um erro vim pra cá? 
L: Claro que não! Mi casa es tu casa! Musa, esse é o Sebastian! – Falei com a Musa apontando para ele. 
M: Eu sei quem ele é, na verdade, eu queria saber exatamente quem você é... – Musa falou com um ton desconfiado. 
S: Quem eu sou? O homem da vida dessa mulher! – Sebastian me abraçou, me apertou e roçou a barba no meu pescoço como de costume. 
L: Aaaiiii, me larga! – Empurrei Sebastian e ele caiu no sofá. 
M: Porque você parou no purgatório? – Musa sentou do lado de Sebastian no sofá. – Olha, eu não o conheço, ouvir falar de você e pra mim é bem bacana te conhecer, afinal, você foi o único amigo dela lá, mas o que aconteceu? O que você quer com ela de verdade? Porque está aqui? 
L: Musa? O que foi? O que é isso? Sebastian é meu amigo, deixa ele. 
M: Você não é parâmetro sobre pessoas, sabemos disso, né?! Você também sabe, né?! – Ela questionou a Sebastian. 
S: Ela só não sabe equilibrar as emoções, mas podemos trabalhar nisso, né?! Eu gosto do jeito durona dela, mas sabemos que tudo isso é fake. 
M: É isso mesmo, tão fácil de manipular, né?! Acredita em todo mundo, chora por tudo, uma palhaçada, né?! – Musa e Sebastian começaram a falar como se eu não existisse ali. 
L: Gente, Heellooo, eu estou aqui, viu?! Podem parar? 
S: OOOWN, Minas Gerais! – Sebastian me puxou e me colocou no colo dele, me beijou no rosto e Musa me abraçou também. – Já viu como ela fica lentinha quando usa as paradas dela? – Sebastian me apertou mais e questionou a Musa. 
L: Eu tenho 21 dias limpa, zerada! 
S: Ah! O ato, né? – Sebastian fez referência ao ato profético que fiz pela minha vida espiritual. 
L: É. – Levantei do sofá e parei na frente de Sebastian. – Vai ficar por aqui? 
S: Eu não tenho para onde ir, quero voltar para Portugal, mas preciso juntar uma grana. 
L: Você sabe que precisa ver Primeira Esposa, né?! – Sebastian era casado. Tinha uma garota, que deixou muitas vezes pelas suas aventuras, mas era sua esposa. 
S: Não agora, ainda preciso de você, precisamos saber o que aconteceu comigo. 
L: Você voltou para Terra, tá tudo lindo, não?! 
S: Não, eu não me lembrava porque estava no purgatório, lembra?! Agora eu sei... – Musa e eu nos olhamos. 
L: Do que lembrou? O que aconteceu? 
S: Eu sou um anjo caído, Lara. 

 Continua...

sábado, 4 de março de 2017

Turning Off: The first move - First Act

Eu afundei na banheira e me vi sentada na varanda

Waking Up foi a temporada que dei um tempo de tudo, também conhecida como a temporada "que sentei na varanda", sentei sozinha, não tinha ninguém lá comigo, afinal, eles me enganaram. 
Enquanto estava na varanda, fiquei em transe por um logo tempo e dei as costas as pessoas que acreditaram em mim, e isso tudo me fez parar no Purgatório. 
No purgatório, que mais me parecia uma clínica de reabilitação, vim a alma das pessoas e o quanto elas são belas e podres, atravessei o pomar e me vi em outra pessoa. 

M: Tá locaaaa? - Musa me puxou do fundo da banheira. - Quer se matar? 
L: Claro que não, eu nem estava aqui... - Sair da banheira e comecei a me enxugar. 
M: E onde você estava? 
L: Sentada na varanda... 
M: Perai?! Isso é um banzo se aproximando?? Naaaaao! Sai daqui, sai, deixa ela!! - Musa começou a bater os braços no ar e passando pelo meu corpo, como se realmente tivesse algo por perto. - Olha, só, você está na terra! Esquece Waking Up, The Purgatory, já foi, você estava tão feliz por está em casa de volta, eu não entendo. 
L: Eu estou bem, Musa, eu só estava refletindo em algumas coisas... - Entramos no quarto e eu comecei a me vesti. - Pensa comigo! Quando estava no purgatório eu fiz as pazes com você e com O Cara da Roda Gigante, durante esse processo eu me posicionei, correto?! Fiz escolhas, né isso?? - Musa fez que sim com a cabeça. - Entrou 2017 e, mesmo sem saber, estava no jogo de novo, e fiz minha jogada... 
M: Uma jogada maravilhosa por sinal. 
L: Mas, Musa, porque maravilhosa? Tipo, eu iniciei o ano, eu fiz a primeira jogada, certo, mas porque ela foi maravilhosa? Eu não entendo, eu não consigo ver resultados da minha jogada, sabe?! Eu tento entender, ler nas entrelinhas, mas eu não vejo... - Sentei na cama colocando as mãos na cabeça. 
M: Como não? Você saiu do purgatório! Sua jogada deu certo porque você saiu de lá. - Musa sentou do meu lado e me abraçou. - Por que você não consegue enxergar as coisas boas que você faz? Por que você sempre escolhe a dor? O pior? 
L: Eu só queria entender, Musa... 
M: Tudo bem, olhe para dentro de você, a resposta está aí... - A campainha tocou, nós olhamos e falamos juntas: - Deusa do Vento! 

Não víamos a Deusa do Vento desde quando ela me disse que eu era um Silfo. Depois disso, ela sumiu e ainda me mandou um recado enquanto estava no purgatório, dizia que ali não era terra que ela passeava e que eu voltaria logo. Como Silfo, um ser elemental do ar, entendi o porquê da Deusa do Vento está na minha vida, ela poderia ser somente uma guia, mas ela é mais, ela é minha Deusa
Descemos as escadas e abrimos a porta com um sorriso amarelo no rosto. Não era a Deusa do Vento, mas também não era ninguém que eu não conhecia, eu o conhecia muito bem, afinal, estávamos juntos, eu mergulhei na sua alma e até atravessamos o pomar juntos, eu só não imaginei que ele também viria para Terra e, muito menos, que viria atrás de mim. 

- Sebastian, o que faz aqui? 

 Continua...
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