segunda-feira, 17 de julho de 2017

Closer to Heaven - Season Finale


Eu jurava que, em "Closer to Heaven", eu me tornaria evangélica. Não sei se pelo nome da temporada, ou até mesmo pela relação que estava vivendo com O Cara da Roda Gigante, ou sei lá, por ter sublimado mesmo que estaria em outros projetos e isso me levaria a me aproximar de Deus, não sei, não faço ideia do motivo dessa ideia, mas sei que foi silogismo e whatever, hoje não importa mais. 
Closer to Heaven não tem nada a ver com O Cara da Roda Gigante, não tem a ver com os deuses que vermos por aí, fala de um único Deus, um Deus que você se relaciona todos os dias, que você não sabe que ele existe, mas ele está aí, bem aí dentro. 
Eu passei tanto tempo sendo porto, cuidando de gente, fazendo o que fui programada para fazer, o que aprendi fazer, o que amo fazer: Mergulhar nas pessoas. Ter aquele cuidado de ver cada um individualmente, sem se satisfazer com o raso, eu sempre quis mais, quis mergulhar, conhece-las no profundo, no intimo, andar por terras que ninguém passeia e viver sua historia. Motivar o seu Deus, te mostrar que ele existe e te ensinar a acreditar nele... E fui seguindo. Mergulhando em muitas pessoas, me reconhecendo em outras, escutando mais do que se falava, fazendo moradas em outros lugares, construindo pontes e invadindo corações.
Em Closer to Heaven, eu me vi em frente a um oceano, frio, negro. Sua água não era transparente, e, tampouco, vistosas, e, diferente de tudo que já vivi, tive receio, medo daquele oceano. Me arrepiava todas as vezes que colocava a ponta dos pés. Esse oceano eu não tinha curiosidade e nem me animava em mergulhar. Nunca havia passado por isso. 
Todos os dias, parava na frende dele. Olhava o horizonte, e parada com os pés na água, olhava para o fundo e não conseguia ver nada, e tirava os pés mais uma vez, e sentia o frio... Aquele oceano não me atraía. 
Enquanto isso, comecei a terapia, mudei de cargo na empresa, perdi todas as muletas e fui aprendendo a ter força. Aprendi a compatilhar coisas com uma estranha. Percebi, logo de cara, o quanto ela podia me ajudar e me permiti. Falei de meu pai, do Zé, do novo amor que me tiraria do prumo, fui me percebendo e me descobrindo, e adivinha só, estava lá eu de novo, de frente para o oceano, e foi nesse momento, quando vi que aquele era o meu oceano, que eu nunca, JAMAIS, me dei o trabalho de mergulhar, entendi que "Closer to Heaven" tratavasse do meu autoconhecimento, da minha aceitação e que, enquanto eu ficasse no raso da minha vida, como fiz nos últimos 30 anos, eu não saberia quem eu era, quem poderia ser ou onde chegaria. Foi quando abrir meus olhos, entrei na aguá gelada do meu oceano, esperei chegar água até meus ombros, e, mesmo sem enxergar nada, mesmo com muito receio, mergulhei e comecei a nadar. 
O maior choque é que, mesmo com toda aquela água preta, que não me deixava ver o fundo do mar, ao mergulhar, descobri que lá em baixo o mar é limpo e tão lindo, cheio de peixes incríveis e extraordinário, cheio de amor, felicidade e paz, que me questionei o porquê da água tão suja e ouvir uma voz me dizer que "era como você se via.." 
Fiquei encantada de mergulhar em mim, em descobri que existe algo bonito aqui dentro, e como eu hoje percebo aqueles olhos de admiração que passei anos bloqueado, sem nunca ter notado. Vi um filme acontecer naquele oceano, e no fim dos corais, vi uma coisa inusitada, a casa da minha infancia, aquela que minha avó morou e que passei maior parte do tempo enquanto meus pais trabalhavam. 
Me aproximei da casa, a porta estava entreaberta, ao abri-la, vi as cartas no chão, entrei e vi a bagunça no lugar. A casa estava desarrumada e com pilhas de coisas espalhadas em todos os lugares. Vi minhas agendas, de todos os anos da minha vida até ali, em cima da mesa, cheguei mais perto e vi uma agenda que nunca tinha visto e com aparencia de nova, ao folhea-la vi que só tinha a seguinte frase na primeira página: 

Cleaning the house.


 Na Próxima Temporada de Larissa Diaries... 

PS: Dei, dei mesmo e daria de novo.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

O dia que decidi parar de comer brigadeiro


Três meses sem vim aqui e minha maior preocupação do momento é: ESTÁ TUDO BEM COM VOCÊS, QUERIDOS??? EU ESPERO, DE VERDADE, QUE ESTEJA TUDO BEM COM VOCÊS! 
Três meses e eu não sei nem como descreve-los, somente senti-los, todos os dias, um dia de cada vez. 
Niki, o grande BUM mesmo para deixar de escrever é tempo. EU ANDO TRABALHANDO COMO UMA ESCRAVA e, adivinhem só, EU ESTOU AMANDO MUITO O QUE ANDO FAZENDO. Eu não sei se é o lance todo de gerir pessoas, ou a adrenalina da operação, ou até mesmo, o estresse que me faz esquecer de comer, eu sei que ando me sentindo VIVA PRA CARALHO, nesse lado da minha vida. 
Sobre todos os outros lados, bom, esse são tratados na terapia, que foi a melhor coisa que já fiz na minha vida inteira. TERAPIA É VIDA CARALHO. 
Eu aprendo tanto com Tia Terapeuta que a vejo como uma Musa, uma Deusa, UMA DIVA!  
É sério, tudo começou com o lance de "você é responsável por tudo que acontecer na sua vida", depois o lance todo de QUE, TALVEZ, POSSIVELMENTE, EU QUEIRA VIVER UM AMOR - E eu acho bacana falar isso aqui, porque eu nunca nem conseguia falar sobre isso para minha melhor amiga, então, confessar publicamente, que talvez, possivelmente, eu queira alguém, é algo lindo AND admirável -, e logo depois, o lance dos brigadeiros, e foi aí que me encantei E QUERO ESSA MULHER NA MINHA VIDA PARA SEMPRE
Então que eu tava tirada a fodona, achando que sabia tudo sobre a vida, quando Tia Terapeuta aparece e diz "Olha só, você não sabe não, você nem se conhece.." e eu fiquei com cara de "QUÊ??? COMO ASSIM???" e ela trouxe todo uma contextualização de como eu sou muito boa em montar planos, decido tudo lindo, e na hora de coloca-los em prática, eu simplesmente surto, porque eu não sei como fazer porrãh nenhuma e todo aquele lance de mentir para mim mesma e tal. Mas Lara, como assim? Assim ó: Votei aqui e decidi que não quero ficar com uma pessoa, blz? Blz! Então eu monto o plano todo, digo que não vou falar mais com a pessoa, finjo que estou de boa quanto a isso, e quando e vejo a pessoa, eu surto, porque gosto pra caralho da pessoa, e não quero deixar de ficar com ela, mas minha mente diz que não devo continuar por qualquer motivo que seja, ai choro que nem maluca, entro em conflitos existenciais e se caso eu "peque", e fique com a pessoa, ainda me culpo e me julgo mesmo como se tivesse matado alguém. UFA! Deu para entender a neura? E aí, Tia Terapeuta, como uma gata, conta a historia dos brigadeiros para mim, que é assim: Você percebe, por algum motivo, pode ser saúde ou estética mesmo, que precisa fazer dieta. Só que você é a louca de pedra dos brigadeiros, ama de verdade, e aí, sem perceber, porque entrou de dieta, vive dizendo para você mesmo que odeia brigadeiro, afinal, bigadeiro e dieta não tem nada a ver, você agora odeia brigadeiro e não quer comer nunca mais na vida. Até aqui ok? Tão conseguindo acompanhar?? Belezinha, vou continuar: Só que um belo dia, você se depara com uma bandeja linda de brigadeiros, é de duas uma: 

A) Você surta ao perceber que ama mesmo brigadeiro e chora, afinal, você acreditava mesmo que não amava o brigadeiro; 
B) Você surta ao perceber que ama brigadeiro e come a bandeja toda desesperadamente como uma morta de fome. 

Nenhuma das duas situações são saudáveis. Elas provam que você não se conhece, não sabe seus limites e chega ao ponto de se agredir, até porque, comer um brigadeiro uma vez na vida, não tem problema nenhum, ou melhor, sentar e comer uma bandeja de brigadeiros, mesmo estando na dieta, e enfiar o pé na jaca é de boa, E EU VOU ALÉM, fazer dieta, tendo consciência que ama brigadeiro, e não come, porque, naquele momento, não vai ser bacana pra sua dieta, mesmo que doa, que você sinta, mas ainda sim, não come, porque não vai ser legal, e você aprende a ver seus limites e suas prioridades, É MELHOR AINDA!
Tá vendo, gente?! Como eu sou uma pessoa que estou em um processo lindo de autoconhecimento??! E o mais bacana disso tudo é que escolhi mesmo não ficar mais com ele, mesmo sabendo que gosto, que vou senti, que dói, mas acima de tudo, que eu preciso cuidar de mim e se não vai agregar em nada, é melhor cair fora mesmo. E foi depois da contextualização da Tia que entrei na dieta e decidi parar de comer brigadeiro.
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