Um Domingo Qualquer: Sobre os Dias dos Pais..

Hoje foi mais um daqueles dias tristes..

Não importa como estejamos, se mentalizamos ou desejamos, quando as coisas não são para ser, elas não serão.

Hoje Zé saiu as 7:00 para trabalha, ainda sinto aquela dor no peito, talvez seja o amor inconformado, dizendo que não é justo, que estar errado, mas minha cabeça diz: "Ele tem que ir.. E logo ele volta.." Dei um sorriso, lhe desejei sorte, voltei para cama. Acordei as 8 e depois do café, estava gargalhando com o comentário da anônima da penúltima postagem, o que será que ela quis dizer com "Melhor amate que um homem poderia ter.." Isso foi um elogio? Não entendi e morri de ri, obrigada anônima linda que me fez ri pela manhã. Depois vi milhões de blogs e tweets só falando dos dias dos pais, meus vizinhos fazendo festa e eu dando a louca: "Nem um pai minha mãe conseguiu me dá.." Porque agente precisa culpar alguém, né? Na verdade, se meu pai é um escroto ou não, não é culpa de ninguém, entrei no conformismo que "é a natureza dele", e nessa historia toda o que mais me chateia é eu sentir falta, pensar que talvez poderia ser diferente, já que repito para mim mesma que ele se tornou o que eu sou para ele: Indiferente. E sou mesmo, que quero que ele seja mesmo. Vai fazer um ano que nos virmos, no meu aniversário, que rendeu esse post. Hoje me peguei pensando como ele vem tantas vezes no meu bairro e nem se dá ao trabalho de vim me visitar, de perguntar a qualquer pessoa como estou, como é sua neta anda, nada. E percebi que ele não é realmente indiferente, quando me peguei pedindo a Deus que nunca deixe ele cair em uma cama de hospital, que nunca precise de mim, porque provavelmente nem irei vê-lo, e se á rancor, a sentimento e não existe indiferença com sentimentos. Tentei de me lembrar de momentos felizes juntos, e a única coisa feliz que me lembro com ele, foi meu aniversario de 9 anos, ele me fez uma festa surpresa em um acampamento da escola, meu bolo era cheio de rosas, não lembro de mais nenhum, só de ruins, que é o que ficar na cabeça de todo mundo, parece que bloqueamos todas as qualidades e ações boas das pessoas e só lembramos dos defeitos e das coisas ruins.. Me deu muita vontade de chorar, mas prometi para mim mesma que me manteria na medida, fui dormi e quando já estava pegando no sono, minha mãe liga para saber como eu estava, segue o diálogo:

L: Oi mãe, iria ligar mais tarde..

M: Como você estar?

L: Bem, Zé foi trabalhar, o que é um saco, mas tô bem.. E você? Já chorou o mundo por causa de seu pai?

M: Já, ontem de noite.. (Risos) E você?

L: Eu não, meu pai não é digno das minhas lágrimas..

M: Mas eu sei que você não estar bem.. Olha, ele não morreu, não fica triste.. 

L: Mas para mim ele morreu..

(Ficamos uns 5 minutos no telefone chorando, ela pedindo para eu ficar bem e eu dizendo que ela só ligou para eu chorar..)

M: Tô indo para a festa da cada do pai de sua irmã, quer ir? - Todos os anos minha mãe passa o dias dos pais com o seu ex marido, do seu 1° casamento, que teve meus 2 irmãos mais velhos -

L: Não, não vou não, não tô no clima.. 

M: Tá, você adora curti uma fossa..

Depois tentei ficar bem, agradecendo a Deus pelo pai maravilhoso que minha filha tem, um pai atencioso, carioso, que dá banho, troca fraldas, que faz o chocolate do jeito que ela gosta, que briga quando tá errada, que deixa ela entrar no mercado e pegar o que quiser, que faz vontade, que traz surpresas quando merece, uma pai completo e maravilhoso. Que de certa forma é um pouco do meu pai também, como já disse várias vezes aqui, que cuida de mim, que denga, faz carinho, amigo, leal.. Não voltei a ficar na medida, mesmo rindo com meu vizinho que repetiu o dia todo o cd do "É  o Tchan" ininterruptamente, me torturando com lembranças da minha infância, quando eu e minha irmã ficávamos na frente da televisão dançando ¬¬' Triste isso.. No fim da noite Zé chegou, estava super estressado também, triste por não ter ficado com agente, depois ficamos abraçadinhos no sofá, sentindo nossos cheiros..