quarta-feira, 15 de junho de 2016

A brutalidade da vida

Para ler ouvindo "Wish You Were Here" - Pink Floyd

Salvador, 12 de Junho de 2015 

"Nunca imaginei que em um dia dos namorados, estaria aqui escrevendo. Nunca imaginei que em um dia dos namorados, estaria escrevendo e no trabalho. Nunca imaginei que em um dia dos namorados estaria escrevendo, no trabalho, às 21:28 dá noite. 
É dia dos namorados, e eu aqui, na merda, nunca imaginei. Eu me pergunto sempre "Onde foi o ponto?". Qual o momento do ‘antes’ e ‘depois’. Aquele dia. O dia que tudo começou a desandar na minha vida, quando passei a ter todas as áreas da minha vida atingida por uma sucessões de ‘QUÊS’, onde eu vegeto, nem sobrevivo mais. Vegeto, porque é tanta coisa inacreditável acontecendo. E as pessoas falam assim “É uma fase, um momento, logo passa..”, mas não passa, não passa mesmo.
Nem lembro a última vez que sorrir de felicidade, dá extrema felicidade, aquela que mesmo com todos os problemas do mundo, você gargalha e sente a leveza, a paz. Não sinto, e nem acredito muito que vou senti mais, e não é pessimismo não, é a realidade, é a brutalidade da vida, é o que vejo, o que sinto, o que vivo
Outra noite, deitei e chorei horrores - O que tem virado minha rotina - e fiquei pensando que outrora, eu jurava que já tinha sofrido muito, muito mesmo, de ficar fudida na merda, de ter a sensação de perder um braço de tanta dor que eu sentia, e hoje percebo como as coisas podem piorar e como a vida ainda pode gargalhar da sua cara." 


Achei essa carta perdida nos meus rascunhos e ainda consigo sentir toda a dor. Era uma fase péssima da minha vida, foi um dos maiores banzo da historia, mas ainda consigo sentir muita coisa daí. 
Hoje me peguei pensando nesse ponto, esse que mostra qual foi o momento que começou essa bagunça toda na minha vida, como eu cheguei até aqui, e como eu deixei tanta coisa acontecer. 
Lá atrás, eu me reinventei, comecei do zero, conseguir muita coisa por mim e nesse meio tempo, fui perdendo várias outras coisas. Eu, de verdade, não sei o que aconteceu. O que fiz mais para os preços serem tão altos, tão doídos, tão sentidos. E eu acho graça, que tem pessoas que me admiram, que me vêem como exemplo, como alguém especial, como a bacanona. Eu não sou, tenho um mapa super escroto, que tem essa necessidade de ser transparente, de posar de forte, de gritar para o mundo que sou uma sobrevivente... Sou nada, sou a mulher que chora no ônibus, no banheiro da casa de uma amiga e até no trabalho. Eu nunca imaginei, nunca, eu achei mesmo que minha historia seria diferente, mas eu só sou uma mãe cometendo todos os erros possíveis, um porto seguro de amigos, que não se sustenta mais, uma péssima filha, uma bomba relógio pronta pra explodir, com a vida amorosa mais falida da historia, boa em fingir sorrisos e soltar um "Tô de boa", quando na verdade estou falando alto e gargalhando de nervosismo, preocupada em manter o papel. 
Quando escrevi essa carta, fique surpresa por chorar todas as noites, mal sabia eu que choraria todos os dias em um ônibus. Quando escrevi essa carta, eu percebia o quanto a vida pode piorar, e olha só, ELA PODE PIORAR MAIS. 
E cá estou eu, me refazendo de novo, tomando as porradinhas, caindo, chorando, levantando, tentando reverter o quadro, quando na verdade, só queria desisti de tudo, deitar em posição fetal, e chorar. Eu queria mesmo desisti, queria viver outro mundo, outra vida, mas não, tô refazendo essa mesmo, tô no mar, nadando, rezando para a "última onda" vim longo e levar tudo que tiver que levar, me ajudar a esquecer, tudo que preciso esquecer, superar a brutalidade da vida, e finalmente, viver o ano que todos gritam que é meu.

Ps: Escrevi esse texto todo chorando, mas acho que vocês perceberam.

6 comentários :

Helena Rodrigues disse...

A vida é mesmo um saco, às vezes.
Mas sempre dá tempo para recomeçar...

Beijão.

Cristiano disse...

Uma vez li em um artigo que disse que quem ta de fora acha que esta tudo controlado, tudo bem. Mas quem esta passando pela situacao está "dançando" uma "macarena" e tudo mais.

Em outro artigo vi, que a vida é como um jogo de futebol... monótono na sua grande maioria com curtos picos de emoções!

Somando os dois: É a dificuldade de controlar uma vida em sua grande maioria monótona!

Cuidado para nao aproveitar estes pequenos picos da vida! (como fazer isso? Eu não sei)

Sara com Cafe disse...

Infelizmente a gente, no momento de dor, nunca entende que pode pior... e ai cristo, pode sim. E muito, demais.
Estou nessa vibe foda e espero que ela passe mas sei que tudo pode afudar mais um pouco.

Recomeçar é o caminho.
Força e fé para a gente!

abraço.

Anônimo disse...

Bem isso mesmo cada vez pior estou passando por esse excesso de tristeza querer ir pra outro mundo logo por n aguentar mas preciso fingir que ta tudo de boa com sorriso estampado no rosto. Fica bem assim como eu preciso estar urgente queria sumir e fim!

Unknown disse...

Precisamos mudar a frequência!

Unknown disse...

https://youtu.be/N9mLEj_05_8
Veja!
Namastê!

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