sábado, 11 de março de 2017

Turning Off: Surging (First Act)

The Purgatory - Ep. 3 


Um mês depois e eu parecia que ia enlouquecer. Não aguento mais toda essa filosofia barata de ser um pessoa melhor e tal. O Doutor até que se esforça, mas não consigo falar nada na terapia em grupo. Eu não aguento mais essas pessoas, as mesmas histórias, as mesmas crises... 

L: AAAAAAAAAH! CALA A BOCA! VOCÊ NÃO É PORRÃH DE DEUSA NENHUMA! EU NÃO AGUENTO MAIS ESSAS HISTORIAS. – Levantei, sair da sala, desci as escadas correndo e fui para fora. 

Todos os dias a Kesley falava as mesmas coisas, isso quando não chorava. Esse lugar é pior que o inferno, você não sabe ao certo porque está aqui, não sabe como sai, eu me sinto presa dentro de uma versão de Caverna do Dragão...

S: Tá tudo bem? – Sebastian me questionou. Ele nunca havia falado comigo e foi uma surpresa vê-lo em pé do meu lado. 
L: Eu não aguento mais essa maluca! – Falei acendendo um cigarro.
S: Você deu uma surtada lá dentro, acho que todos são loucos aqui. 
L: Talvez... – Ficamos calados por algum tempo... 
S: Você sabe porque parou aqui? 
L: Não exatamente... 
S: Eu também não, mas é exatamente mesmo, eu não sei mesmo porque estou aqui. 
L: Alguém sabe? – Foi a primeira vez que rimos juntos. 
S: Dizem que você já esteve no inferno... 
L: Duas vezes. 
S: Meninãh! E conheceu O Sabotador? 
L: Muito, de verdade. – Olhei para sua mão e vi sua aliança. - Olha só, você é casado, eu nunca tinha percebido sua aliança.
S: É a única coisa que sei sobre mim, eu tenho uma esposa na Terra, Primeira Esposa, nos temos um relacionamento conturbado... – Ele falou desconcertado.
L: Todos dizem isso, né?! – Falei sorrindo.
S: Eu não sei, eu só tive ela, e nunca falo da minha vida com ninguém, então... – Agora, eu que fiquei desconsertada.
L: Já eu, conheço muito bem essas histórias...
S: Alguém já te disse isso?
L: Sim, mas não quero falar sobre isso, é passado, não importa...

Passamos o fim daquela tarde conversando. Falamos sobre está no purgatório, nossas percepções sobre a vida e até sobre música. Sebastian não é mais aquele cara estranho que não falava com ninguém, depois desse dia, viramos companheiros e nós víamos todos os dias. 

S: Bom dia, bom dia, bom dia!! – Sebastian entrou no meu quarto cantarolando o "bom dia" como de costume e se jogou do meu lado na cama.
L: Saiii daqui, me deixaaaaa... 
S: Vamu tomar café, temos a yoga e quero te levar a um lugar. 
L: Onde? 
S: No pomar... 


Dias atuais... 

L: Você surtou? Eu não vou no purgatório, não, viu?! 
S: Lara, eu nunca vi a Emyli daquele jeito, ela viu muita coisa, mas só conseguiu falar que eu era um anjo caído, logo depois eu sou mandado de volta pra Terra, sério, precisamos ir lá! – Sebastian sentou na cama e Musa também. 
M: Lara, eu vou ajudar vocês, precisamos descobrir como entrar lá. 
L: Musa??? Você estar do lado do Sebastian nessa loucura?? – Falei chocada olhando para os dois.
S: Lara, é minha vida, eu preciso de você, eu quero resolver isso. 
L: Gente, não tem como voltar lá, eu nem sei como parei naquela estação... 
M: Vamos procurar uma bruxa, vamos atrás de um feitiço de localização... 
S: O Roberto saiu, ele saiu antes de mim, vamos atrás dele! 


... 

M: Achei! – Musa pulou da cadeira com o notebook nas mãos. – A casa do Roberto! Eu acho que ele é um professor, é esse mesmo? – Sebastian e eu olhamos a foto e virmos um Roberto muito mais melhorado do que víamos no purgatório. 
L: É ele sim.... Vocês tem certeza disso? – Questionei os dois. 
S: Eu não posso ficar sem saber o que aconteceu, antes eu não sabia de nada, agora eu sei que sou um anjo, eu preciso entender o que aconteceu. 
M: Vamos precisar de alguma coisa da Emyli, senão, será difícil localiza-la. – Sebastian correu pela sala, subiu a escada e desceu de volta com a mochila nas mãos. 
S: No dia que ela disse que eu era um anjo, e logo depois começou a ter as convulsões, a pulseira dela partiu, eu peguei e guardei para devolve-la... – Sebastian mostrou uma pulseira de ouro. 
M: Se sairmos agora, chegaremos cedo lá... 

Fizemos a viagem toda de carro calados até chegar na casa do Roberto. O fato de estar voltando para o purgatório me assustava e não sabia ainda se isso tudo era uma boa ideia. 

M: Espero que ele esteja em casa. – Musa falou parando em frente a porta da casa e tocando a campainha. Roberto abriu a porta e nos olhou com espanto. 
R: Sebastian? Lara? O que vocês fazem aqui? 
S: Precisamos de sua ajuda, podemos entrar? 
R: Claro, por favor... Vocês querem alguma coisa para beber? 
L: Eu quero água, minha garganta está seca. 
M: Eu também! – Musa pediu. Roberto foi até a cozinha e voltou com uma bandeja com copos e uma jarra de água. 
R: Sentem, eu não consigo imaginar o que trazem vocês aqui, nós somos amigos? Porque não lembro de falar com vocês enquanto estávamos lá – Ele falou apontando para direita. – E quem é ela? – Falou apontando para Musa. 
L: Ela sou eu, minha consciência, em forma humana... Nós não éramos amigos, mas estamos precisando de você, precisamos voltar ao purgatório. 
R: O quê? Vocês ficaram loucos? Ninguém em sã consciência voltaria pra lá... – Ele falou apontando para direita. 
L: A Musa quer ir, ela super apoia a ideia. – Falei em tom de piada. 
S: Roberto, eu sou um anjo, cair do céu... 
R: Você o quê? Como assim? Você e servo do Sabotador? 
S: Eu sou um anjo caído, mas não sei mais nada sobre mim e por isso estamos aqui... 
L: Precisamos voltar ao purgatório, achar a Emyli e entender o que aconteceu com o Sebastian. 
R: Mas não estaríamos nós envolvendo em alguma encrenca? Se ele perdeu a memória tem um motivo, e outra, voltar ao purgatório, é arriscado demais. 
M: Olha só, gente, só precisamos que você localize a Emyli e vamos embora sem ninguém nunca precisa saber que estivemos aqui. – Roberto saiu da sala e voltou com um mapa na mão, abriu e colocou em cima da mesa de centro. 
L: Isso é um mapa? Da onde? – O mapa era completamente diferente de todos os mapas que já tinha visto na vida. 
R: É o mapa do outro lado, de todos os reinos, aqui está o purgatório – Ele apontou para uma ilha onde tinha uma montanha. – Aqui é o paraíso terrestre, em baixo temos os vales dos sete pecados capitais – Ele foi apontando do topo da montanha até em baixo. – Aqui é o purgatório, não faço ideia de como vocês chegariam lá. 
L: A gente precisa saber se a Emyli ainda está lá. – Sebastian entregou a pulseira a Roberto. 
R: Vocês três, deem as mãos. – Ele colocou a pulseira no centro do mapa, levantou as mãos e começou a falar em uma língua que não entendia. Dermos as mãos e virmos a pulseira mover-se no mapa, até parar no purgatório. – Ela continua no purgatório. 
S: Precisamos chegar lá... 
L: Pela estação de trem parece ser o caminho mais rápido... 
R: Se não for pela estação, vocês vão ter que passar por todos os Vales... Eu não aconselho. – Roberto falou enquanto fechava o mapa. 
L: Talvez eu tenha alguém que pode nos ajuda a chegar lá e é pela estação de trem!

Continua..

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