Eu afundei na banheira e me vi sentada na varanda.
Waking Up foi a temporada que dei um tempo de tudo, também conhecida como a temporada "que sentei na varanda", sentei sozinha, não tinha ninguém lá comigo, afinal, eles me enganaram.
Enquanto estava na varanda, fiquei em transe por um logo tempo e dei as costas as pessoas que acreditaram em mim, e isso tudo me fez parar no Purgatório.
No purgatório, que mais me parecia uma clínica de reabilitação, vim a alma das pessoas e o quanto elas são belas e podres, atravessei o pomar e me vi em outra pessoa.
M: Tá locaaaa? - Musa me puxou do fundo da banheira. - Quer se matar?
L: Claro que não, eu nem estava aqui... - Sair da banheira e comecei a me enxugar.
M: E onde você estava?
L: Sentada na varanda...
M: Perai?! Isso é um banzo se aproximando?? Naaaaao! Sai daqui, sai, deixa ela!! - Musa começou a bater os braços no ar e passando pelo meu corpo, como se realmente tivesse algo por perto. - Olha, só, você está na terra! Esquece Waking Up, The Purgatory, já foi, você estava tão feliz por está em casa de volta, eu não entendo.
L: Eu estou bem, Musa, eu só estava refletindo em algumas coisas... - Entramos no quarto e eu comecei a me vesti. - Pensa comigo! Quando estava no purgatório eu fiz as pazes com você e com O Cara da Roda Gigante, durante esse processo eu me posicionei, correto?! Fiz escolhas, né isso?? - Musa fez que sim com a cabeça. - Entrou 2017 e, mesmo sem saber, estava no jogo de novo, e fiz minha jogada...
M: Uma jogada maravilhosa por sinal.
L: Mas, Musa, porque maravilhosa? Tipo, eu iniciei o ano, eu fiz a primeira jogada, certo, mas porque ela foi maravilhosa? Eu não entendo, eu não consigo ver resultados da minha jogada, sabe?! Eu tento entender, ler nas entrelinhas, mas eu não vejo... - Sentei na cama colocando as mãos na cabeça.
M: Como não? Você saiu do purgatório! Sua jogada deu certo porque você saiu de lá. - Musa sentou do meu lado e me abraçou. - Por que você não consegue enxergar as coisas boas que você faz? Por que você sempre escolhe a dor? O pior?
L: Eu só queria entender, Musa...
M: Tudo bem, olhe para dentro de você, a resposta está aí... - A campainha tocou, nós olhamos e falamos juntas: - Deusa do Vento!
Não víamos a Deusa do Vento desde quando ela me disse que eu era um Silfo. Depois disso, ela sumiu e ainda me mandou um recado enquanto estava no purgatório, dizia que ali não era terra que ela passeava e que eu voltaria logo. Como Silfo, um ser elemental do ar, entendi o porquê da Deusa do Vento está na minha vida, ela poderia ser somente uma guia, mas ela é mais, ela é minha Deusa.
Descemos as escadas e abrimos a porta com um sorriso amarelo no rosto. Não era a Deusa do Vento, mas também não era ninguém que eu não conhecia, eu o conhecia muito bem, afinal, estávamos juntos, eu mergulhei na sua alma e até atravessamos o pomar juntos, eu só não imaginei que ele também viria para Terra e, muito menos, que viria atrás de mim.
- Sebastian, o que faz aqui?
Continua...
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